sexta-feira, 9 de abril de 2010

Trecho Sobre o Hip-Hop

"Vem ardendo, sangrando e machucando. É o berro que emanda dos morros, guetos e favelas. Vem dos locais mais pobres, o grito desesperado que vem da periferia. Chega ao asfalto carregado de protesto, indignação, carência, vontade, luta e marginalidade.
A força que vem do lado negro, pobre, inferiorizado. Atinge toda sociedade com sua forma, sua arte e sua cor. O nome dela é hip hop e está aí para fazer barulho, debater as questões controversas de uma sociedade que se finge de surda para este grito de protesto.
Hip hop é um termo que vai além. Significa cultura, mas também significa movimento, arte, expressão, paz, amor, soluções, lutas e igualdade de direitos.
O hip hop é ilustrado por personagens sobreviventes de guerra. Uma guerra diária pela vida. Ele acolhe e tenta proteger os que já nascem condenados à morte. Personagens reais, cercados pela miséria, fome, desabrigo, armas de fogo, tráfico e desrespeito. Em meio a tantas armas que eles podem escolher no jogo rela do "matar ou morrer", o hip hop escolhe a maior de todas as armas: a cultura. Uma cultura marginal, mas que não é propriedade dos grandes, não é da elite nem da burguesia. É a cultura de quem foi capaz de criá-la e levá-la adiante. É a cultura das ruas, do povo.
O hip hop não foi inventado, ele nasceu naturalmente no gueto, recebeu a forma dos negros e excluídos e hoje auxilia o povo a encontrar uma identidade. Esta cultura marginal traz de volta os sonhos daqueles que carregam o sofrimento como estilo de vida. Ela eleva a auto-estima daqueles que antes eram forjados de estorvo pela sociedade.
Através de expressões artísticas intensas, o povo da periferia encontrou no hip hop a vontade de viver, motivação e a consciência de cidadania. O mínimo que o hip hop propõe com suas manifestações e expressões que mudam e desenvolvem-se a cada dia é um olhar livre de preconceitos". Texto retirado do livro Hip Hop - A Cultura Marginal

Nenhum comentário:

Postar um comentário