terça-feira, 13 de abril de 2010

O Início de Tudo

O Hip Hop é um movimento cultural, iniciado em 1970, em Bronx, nos Estados Unidos, pelos imigrantes do Caribe, principalmente afro-jamaicanos, como forma de reação aos conflitos sociais sofridos pelos guetos, como a pobreza, falta de infra-estrutura, racismo, violência, tráfico de drogas, entre outros.
Antes do movimento ser iniciado, os jovens desses subúrbios e periferias se organizavam em gangues, as quais se confrontavam com violência na luta pelo domínio territorial.

Características do Hip Hop


O hip hop como movimento cultural é composto por quatro manifestações artísticas principais: MCing, que anima a festa com suas rimas improvisadas, a instrumentação dos DJs, a dança do breakdance e a pintura do grafite. Como o hip hop é uma forma de reivindicar a voz e o espaço das periferias, de reforçar a própria identidade em frente à sociedade não aceitativa, seu clima é pesado, com letras agressivas e questionadoras, ritmo forte e intenso, danças bem marcadas (bem porque o breakdance tem seus passos inspirados nos movimentos de guerra) e grafites espalhados pelas ruas da cidade, exatamente feitos como forma de expressão e denúncia, e também para marcar sua presença.


Geralmente, as roupas utilizadas no hip hop são largas, para que os movimentos fiquem maiores, dando mais efeito visual para a dança. Também são utilizados bonés, muitas vezes virados para trás ou de lado. Na maioria das vezes, as roupas são vistosas.





O vídeo acima mostra uma competição atual de Breakdance, entre dois B-boys.

Hip Hop no Brasil

No Brasil, o movimento hip-hop foi adotado, pelos jovens negros e pobres de cidades grandes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Curitiba, como forma de discussão e protesto contra o preconceito racial, a miséria e a exclusão.

A influência de grupos norte-americanos como NWA e Public Enemy, filmes de Spike Lee como Faça a Coisa Certa e Malcom X influenciavam os rappers brasileiros quanto ao movimento.
Por outro lado, no Rio de Janeiro, o Miami bass acabou por dominar o Rap carioca, com suas batidas quebradas e versos curtos, geralmente com referências sexuais. Alguns miamis cariocas possuem letras que refletem sobre a pobreza, enquanto outras falam da vida bandida dos soldados e traficantes dos morros. Chamado de funk carioca, o Miami bass do Rio de música marginal virou produto da mídia, invadindo as boates da elite carioca. Posteriormente alguns rappers, como MV Bill, desenvolveram também o Rap consciente no Rio de Janeiro.


Esse clipe do Marcelo D2 apresenta vários aspectos do Hip-Hop, como as rimas, versos falados, os grafittis, e ele menciona Bambata, os tags (ver dicionário, último post)... Isso sim é um Hip-Hop consciente.



Personagens Importantes do Movimento

Afrika Bambaataa

Afrika Bambaataa, considerado hoje o padrinho da cultura hip-hop, o idealizador da junção dos elementos, criador do termo hip-hop e por anos tido como mestre dos discos, por sua vasta coleção de discos de vinil, propôs que os jovens revoltados com essa forma de vida sofrida canalizassem a violência em novas formas de arte. Eles passaram a freqüentar festas e dançar break, competindo, então, não mais com armas, e sim com passos de dança.


Taki 183, o grande mestre do Pixo, fez uma revolução em Nova Iorque ao lançar suas "Tags" (assinaturas) por toda cidade, sendo noticiado até no New York Times na época. Depois dele vieram Blade, Zephyr, Seen, Dondi, Futura 2000, Lady Pink, Phase 2, entre outros.

Hip-Hop é Rap ou Rap é Hip-Hop?


Eminem


A música Hip-Hop não deve ser confundida com o rap, pois este tem estrutura divergente da música Hip Hop em vários pontos, apesar de terem pontos em comum. Existem rappers que não tocam Hip-Hop, como Eminem e Racionais Mcs, assim como existem músicos de Hip-Hop que não fazem rap.

A diferença está nos instrumentos usados. O Rap é mais falado e menos tocado. O Hip-Hop é o contrário, mais instrumental com vocal baixo, mas não menos que o rap, somente em volume mais baixo.

domingo, 11 de abril de 2010

Artistas de Hip Hop Mais Tocados

Esses são alguns dos artistas de hip-hop mais famosos da atualidade, lembrando que a maioria já faz um Hip-Hop banalizado, sem a sua essência e sem seus fundamentos:

Lil Wayne
Cypress Hill
Kayne West
Snoop Dogg
Black Eyed Peas
Flo Rida
Chris Brown
Timbaland
Jaz-Z
50-Cent

Abaixo, um trecho de uma música muito conhecida (Candy Shop - 50 Cent), considerada parcialmente como estilo hip-hop, mas como podemos ver, com um aspécto completamente distorcido e com uma proposta completamente diferente do que era para ter o movimento hip-hop:

50 Cent - Candy Shop
I'll take you to the candy shop
I'll let you lick the lollypop
Go 'head girl don't you stop
Keep going 'til you hit the spot
[Olivia]I'll take you to the candy shop
Boy one taste of what I got
I'll have you spending all you got
Keep going 'til you hit the spot
Tradução:
Loja de Doces

Vou te levar pra loja de doces
Vou te deixar lamber o meu pirulito
Vai garota...não pare
Vá indo até atingir o ponto
Vou te levar pra loja de doces

Garoto eu estou com o maior gosto
Eu vou fazer você gastar tudo o que tem
Vá indo até atingir o ponto




50 Cent


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Hip-Hop Hoje em Dia




Ao ver o que se tornou este movimento que é chamado de Hip Hop por muitos, vemos a minoria de rappers, writters, b-boys e DJ's que ainda lutam para se manterem fieis aos seus princípios e aos princípios desta cultura. Um total desrespeito da liberdade depois do que tanto lutou pela emancipação dos negros e de outras minorias, bem como pelas liberdades gerais. Chega-se ao ponto de já nada ter a ver com as fundações e princípios da cultura.
Atualmente o rap gangster e o rap festivo fútil dominam e incentivam a violência, a redução da mulher como ser inferior para ser tratado como um objeto, a promiscuidade, o vandalismo. O que é chamado de Hip-Hop, hoje em dia, aborda o narcisismo e egocentrismo, o materialismo impera.
Hip Hop foi, é, e continuará a ser odiado por muitos, muitos desses casos por incompreensão (culpa do falso "Hip Hop" que predomina atualmente). Cabe a cada um formar a sua opinião sobre qual a razão pela qual o abominam.

O clipe abaixo exemplifica a total banalização do Movimento Hip-Hop:



Trecho Sobre o Hip-Hop

"Vem ardendo, sangrando e machucando. É o berro que emanda dos morros, guetos e favelas. Vem dos locais mais pobres, o grito desesperado que vem da periferia. Chega ao asfalto carregado de protesto, indignação, carência, vontade, luta e marginalidade.
A força que vem do lado negro, pobre, inferiorizado. Atinge toda sociedade com sua forma, sua arte e sua cor. O nome dela é hip hop e está aí para fazer barulho, debater as questões controversas de uma sociedade que se finge de surda para este grito de protesto.
Hip hop é um termo que vai além. Significa cultura, mas também significa movimento, arte, expressão, paz, amor, soluções, lutas e igualdade de direitos.
O hip hop é ilustrado por personagens sobreviventes de guerra. Uma guerra diária pela vida. Ele acolhe e tenta proteger os que já nascem condenados à morte. Personagens reais, cercados pela miséria, fome, desabrigo, armas de fogo, tráfico e desrespeito. Em meio a tantas armas que eles podem escolher no jogo rela do "matar ou morrer", o hip hop escolhe a maior de todas as armas: a cultura. Uma cultura marginal, mas que não é propriedade dos grandes, não é da elite nem da burguesia. É a cultura de quem foi capaz de criá-la e levá-la adiante. É a cultura das ruas, do povo.
O hip hop não foi inventado, ele nasceu naturalmente no gueto, recebeu a forma dos negros e excluídos e hoje auxilia o povo a encontrar uma identidade. Esta cultura marginal traz de volta os sonhos daqueles que carregam o sofrimento como estilo de vida. Ela eleva a auto-estima daqueles que antes eram forjados de estorvo pela sociedade.
Através de expressões artísticas intensas, o povo da periferia encontrou no hip hop a vontade de viver, motivação e a consciência de cidadania. O mínimo que o hip hop propõe com suas manifestações e expressões que mudam e desenvolvem-se a cada dia é um olhar livre de preconceitos". Texto retirado do livro Hip Hop - A Cultura Marginal

Influências do Hip Hop


No Caribe existiam festas de rua com carros de som muito possantes, chamados Sound System. Na imigração, essa característica foi levada à Bronx pelo DJ Kool Herc, com seus doze anos Foi ele quem introduziu o Toast (maneira de cantar, muitas vezes politizadas e outras banais e sexuais), o que daria origem ao rap. Ele desenvolveu a técnica do breakbeat, uma criação de uma batida em cima de composições já existentes, que possibilitava os B.Boys a dançarem cantarem, ao mesmo tempo. O primeiro MC foi Coke La Rock, MC que animava as festas de Kool Herc.

Dicionário do Hip-Hop

Esclarecimento e compreenção de termos utilizados pelos jovens ligados a esse movimento.

B-Boys - dedicam-se ao a pratica do breakdance, dançam.

BeatBox - praticado pelos Beatboxers, consiste em fazer um beat utilizando somente a boca.

Acima, um vídeo que apresenta um beatbox perfeito, apesar de o beatboxer não ter quase nenhuma influencia do Hip-Hop.


Bite - Imitar o estilo de desenho de outro graffiter ou imitar letras de músicas ou formas de cantar.

Bombing - Graffitis que se realizam rapidamente, sendo normalmente pouco adornados e com letras menos elaboradas do que as de um color piece.

Color Piece - Graffiti a cores cujo trabalho é bastante cuidado, onde normalmente existem fundos trabalhos e letras bastante elaboradas.

Cross - Resultado do ato de pintar algo(traço, assinatura ou desenho) sobre trabalho alheio.

DJ - Disc-Jóquei. Discotecário é quem comanda o som e o baile. É o DJ o responsável pela seleção musical e a escolha do que se vai ouvir durante a festa. Um DJ que se presa tem que estar em sintonia com o meio musical, conhecer lançamentos, pesquisar a história do Hip Hop para poder apresentar as novas e/ou antigas tendências musicais.

Fake - Falso, mentiroso, fraco.

Flow - Parte vocal da musica rap, pode ser rápido ou lento. Com ou sem quebras de ritmo. Diz-se um bom flow aquele que rima sem "desafinar" com um ritmo agradável e que consegue nos prender ao som. Muitas vezes um mau flow estraga uma boa letra e um bom flow disfarça uma letra pior.

Freestyle - O Freestyle é um som, sem refrão, e sem tema especifico. Num Freestyle pode-se saltar de temas (claro, sem exagero) e não tem que ser improvisado.

G-Spot - Local onde os writters se costumam encontrar.

Gostwritter - Escritor fantasma, é aquele que escreve letras que serão interpretadas por outros.

Grafite - Popularmente escrito como graffiti. São desenhos coloridos que expressam uma gama infinita de estilos e expressões que vão desde o abstrato, o concreto, o expressionista, o surrealista, entre outros. É uma forma de expressão artística onde os writters colocam sua forma de ver o mundo, contendo vários sinais que vão desde o simples delimitar territórios até a expressão mais crítica do sócio-econômico-cultural-político de nossa sociedade.

O vídeo acima mostra diversos graffitis e writters nas ruas de Nova York.


Groupie - São mulheres fãs dos rappers somente por interesse, em geral, econômico.

Hot Spots - lugares mais arriscados para grafitar.

Improviso - no hip hop o improviso é algo que sai no momento, ou seja, que não é decorado. Usado (ou deveria ser) em battles. Também usado como demonstrações de skill e afins.

Jam - Encontro de writters onde estes mostram os seus skills, cobrindo várias superfícies com as pinturas, por vezes em ambiente de competição direta, e onde é vulgar decorrerem simultaneamente atividades relacionadas com as restantes componentes do hip hop.

King - Graffiter experiente, com muita técnica e bastantes trabalhos realizados. O contrário de toy.

MC - Podem ser Master of Ceremony ou Mistress of Ceremony, que foi inicialmente inventado pelo Rapper Melle Mel, que foi a primeira pessoa a intitular-se um MC. Mas depois foram inventados outros significados, como Microphone Commander, Music Commentator, Mic Checka, Microphone Controller. E ainda houve outro significado para MC, este dado pelo Rakim, que um MC era um que Moves the Crowd.

Phat - Sujeito phat - Sujeito com qualidade. Vem do inglês Fat, Gordo em português. Uma pessoa gorda abrange mais espaço e é mais atingido pelo que o rodeia absorvendo assim mais cultura.

Rap - Iniciais de Rhythm and Poetry. Para os admiradores do Funk o Rap é ritmo e poesia (e também denúncia), enquanto que, para os admiradores do Hip Hop, é: ritmo, atitude e protesto. O Rap é um tipo de música falada e ritmada, geralmente acompanhada pela bateria eletrônica, sintetizadores, pelos samplers controlados pelo DJs. A diferença entre o Hip Hop e o Rap está no conteúdo da música e no tipo de base utilizada.

Roof Top - Pintura realizada numa zona significativamente alta de um edifício.

Scratch - O Scratch acontece e assim é chamado, quando se destaca determinada parte musical de uma canção dentro de um disco dando ênfase à mesma; também quando acontece quando se movimenta o disco no sentido anti-horário durante a música, produzindo assim um ruído arranhado.

Sell Out - Termo que identifica a atividade do graffiter, quando este trabalho a troco de dinheiro ou latas de tinta.

Skill – Habilidade.

Tag - assinatura do writter (graffiter).

Toy - writter em iniciação de "carreira".

Underground - Debaixo do chão, é aquele que cria sem o intuito de ser famoso, apenas para passar a mensagem e faz porque gosta de fazer.

Wack - Sujeito de hip hop com mentalidade fraca, normalmente são wacks os recém-chegados.

Wanna Be - Querer ser, desejar ser algo que não é, mas julga ser. Por exemplo: auto-intitular-se raper quando não consegue fazer sons com o mínimo de qualidade.

Writters - Elementos do Hip-hop que se dedicam à arte de pintar paredes.

YO! - Grito de exaltação. Muito utilizado para animar o público em shows e festas.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Referências

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip_hop
http://culturahiphop.uol.com.br/
http://www.dancaderua.com.br/historia.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dan%C3%A7a_de_rua
http://cafehistoria.ning.com/group/rapehiphop5elementoconhecimento/forum/topics/a-quem-pertence-o-hip-hop-hoje
http://afinsophia.wordpress.com/category/hip-hop/
http://www.forumlusitana.org/musica-sem-limites-nem-preconceitos-f8/hip-hop-o-que-e-t66.htm
http://www.usp.br/fau/eventos/paisagemeparticipacao/movimentossociais/A02_hiphop.pdf
http://diboahiphop.blogspot.com/2008/10/krs-one-critica-hip-hop-de-hoje-em-dia.html